VOZES QUE ECOAM
Museu virtual?
O "Vozes que ecoam" é um museu virtual de caráter socioeducativo que surgiu através da pesquisa "Vozes que ecoam: memórias e narrativas de mulheres assentadas em Mucuri-BA".
Seu objetivo é disseminar memórias e narrativas de mulheres assentadas (MST) no município de Mucuri-BA a fim de que estas se constituam enquanto fonte de História Oral, principalmente no processo de reconhecimento e afirmação de suas múltiplas identidades.
Aqui você poderá escutar histórias de mulheres que, apesar de possuírem diferentes identidades e marcadores sociais, compartilham da vivência de assentadas em Mucuri, cidade localizada no extremo sul baiano.
Essa pesquisa é resultado do processo de mestrado profissional do Programa de Pós-Graduação em Ensino e Relações Étnico-racial (PPGER) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), sendo idealizada e desenvolvida pela pesquisadora Jamile Stephane.
Localização de Mucuri na Bahia
Mucuri é uma cidade situada no Extremo Sul da Bahia. Sua história está estritamente ligada ao processo de colonização do Brasil ainda no século XVI, tendo sua fundação oficializada apenas no final do século XVIII, em 1769.
O cenário apresentado em Mucuri é de um território quase totalmente coberto pela monocultura do eucalipto, havendo uma visível dependência econômica em torno da indústria de celulose, cuja alternância trata-se do pequeno comércio local abastecido pelo movimento turístico.
Os conflitos sociopolíticos da região estão estritamente ligados à luta pela terra, desta forma, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) se apresenta como um importante agente contra hegemônico, desenvolvendo ações que desafiam o neoliberalismo e que pautam as diversas demandas sociais da classe trabalhadora.
Em Mucuri estão localizados o assentamento Paulo Freire, assentamento Zumbi dos Palmares, assentamento Quilombo I (popularmente conhecido como Jequitibá), assentamento Quilombo II (popularmente conhecido como Lagoa Bonita) e o acampamento Jucelino Farias, todos inseridos na Brigada Aloísio Alexandre.
Nesse sentido, ao identificar que as pessoas assentadas em Mucuri vão se constituindo individualmente e coletivamente em um intensa trajetória de luta, foi observado também o quanto que as mulheres assentadas são protagonistas na construção do Movimento e das constantes estratégias de sobrevivência.
Uma vez reconhecida a relevância e a diversidade das mulheres que compõem esses assentamentos — com ênfase na diversidade étnico-racial, visto que essas são majoritariamente negras, indígenas e até mesmo remanescentes quilombolas —, esse projeto almeja valorizar essas identidades através da difusão das trajetórias de vida dessas mulheres.
Na aba "entrevistas" você terá acesso ao registro de vozes de mulheres assentadas que compartilharam suas histórias, desde a infância até a sua experiência atual no MST.
No dado momento de inauguração o museu apresenta quatro de dezessete iniciais entrevistas realizadas. O acervo será gradativamente alimentado com as entrevistas das demais assentadas, possibilitando o compartilhamento dessas impactantes trajetórias de vida.